Durante a Guerra Peninsular (1807 -1814) o general inglês Wellington idealizou um sistema defensivo que fosse capaz de proteger a cidade de Lisboa e uma eventual retirada inglesa de um provável ataque massivo do exército francês. A contrução do sistema defensivo, que passou para a História com o nome Linhas de Torres Vedras, ficou a cargo do engenheiro militar inglês tenente-coronel John Fletcher. No final da obra as Linhas de Torres Vedras contavam com 152 redutos, 600 peças de artilharia que ligavam o Atlântico ao Tejo em duas linhas e uma terceira linha em torno de Oeiras para proteger o embarque das tropas inglesas na armada aí fundeada.
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A acção das Linhas de Torres Vedras foi um ponto crucial no evoluir da Guerra Peninsular. Perante a impossibilidade de as romper ou contornar, Massena, general francês encarregado de conquistar Portugal dá início a uma retirada das tropas napoleónicas que, em última análise, só termina em Toulouse, já no fim do conflito. As Linhas de Torres Vedras representam igualmente uma obra ímpar do ponto de vista da engenharia militar, onde a orografia do terreno foi plenamente aproveitada, articulando-se com obstáculos (abatizes, escarpas, diques, etc...) e pontos fortificados artilhados para impedir o avanço das forças inimigas.
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Actualmente a maioria dos fortes que constituem as Linhas de Torres Vedras estão abandonados, sujeitos à degradação provocada pelos elementos e sobretudo pela incúria dos homens. No presente post publicam-se fotos recentes (29/08/2009) do Forte Novo da Ordasqueira (Forte 149, 3 º Distrito - Torres Vedras) onde é facilmente constatável o seu estado de abandono e as consequências daí advindas para um património de alto valor histórico e simbólico.
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Forte Novo da Ordasqueira - fosso junto à entrada, lado sul. Actualmente o fosso serve como depósito de lixo (foto do autor).
Forte Novo da Ordasqueira - parte da contra escarpa do fosso do lado norte. Ao fundo os arbustos cobrem totalmente o fosso, impedindo a sua visualização (foto do autor).
Forte Novo da Ordasqueira - vista a partir do lado nascente. A densa vegetação que cobre a estrutura dificulta a sua identificação e interpretação. À esquerda, um troço da estrada militar dá acesso à entrada do forte no lado sul. O forte Novo da Ordasqueira possuia quinze canhoneiras equipadas com 4 canhões de calibre 9 e tinha como guarnição uma companhia de Artilheiros Ordenanças (foto do autor).
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