Arte urbana em Torres Vedras

«[...]. Em cima de um sofá no escritório da galeria de arte Vera Cortês, em Lisboa, cresce uma pilha com mais de 15 livros de arte: todos os que publicaram fotografias de trabalhos de Vhils no último ano. Aos 23 anos, Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, é o artista português mais admirado no mundo da arte urbana. Quando nos abre a porta da galeria que o representa em Portugal, desde 2005, não o reconhecemos de imediato. Embora as caras que faça nas paredes do mundo inteiro - num recatado parque de estacionamento em Torres Vedras ou num prédio no centro de Moscovo - sejam famosas, não costuma mostrar a sua. "Os rostos que faço nas paredes são de pessoas anónimas e são baseados em fotografias", explica ao i numa voz baixa e tímida. "Gosto de dar um rosto à cidade e de dar poder a pessoas comuns."

É difícil apanhar Alexandre Farto em Lisboa. Desde os 19 anos que vive em Londres, onde tirou um curso de Belas Artes na St. Martin''s School. Foi na capital britânica que começou a ser conhecido: "Convidaram-me para expor no Cans Festival, um evento [num túnel na Leake Street, em Londres] organizado pelo Banksy e a reacção das pessoas foi muito boa", conta. "A partir daí surgiram bons convites e comecei a trabalhar com a Lazarides Gallery, em Londres, [galeria do mesmo agente de Banksy] e com a Studio Cromi, em Itália."
[...].
De Lisboa a Londres, de Moscovo a Bogotá, as caras que Vhils espalhou pelo mundo estão reunidas num livro que acaba de chegar a Portugal e está à venda na galeria Vera Cortês. "Vhils/Alexandre Farto Selected Works 2005-2010" é uma compilação dos trabalhos do português nas paredes e em suportes como metal ou madeira. "Foi um convite da editora holandesa Lebowski e já está à venda na Holanda, na Bélgica e em Londres. Faltam alguns trabalhos mas já é uma boa selecção."»

(excerto do artigo "Vhils ou Alexandre Farto. O artista das mil caras" publicado por Silva Claro em 01 de Dezembro de 2010 no jornal i).

A feitura de um dos rostos de Vhils «num recatado parque de estacionamento em Torres Vedras» está registada em filme, com o título Scratching the Surface. Esperemos que as obras da futura biblioteca municipal, previstas para o espaço onde se encontra este trabalho artístico, não o danifiquem nem o ocultem da visibilidade pública.




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